quinta-feira, março 16, 2006

Asas de Amor



Está quase, está quase. Elas estão quase a chegar.

A Lua, essa feiticeira que encanta a noite, adormece a noite de Inverno de todos os olhos que se vêem pela última vez, onde todo o mal que vive guardado nos nossos olhos é perdoado, onde todo o mal é soprado pela noite de Inverno, onde todos os olhos se amam pela última vez.

Silêncio, silêncio. Elas estão quase a chegar. Ao longe, já se ouvem as asas, já se sente o vento a ir embora com a chegada do bando de asas. Elas, as asas de amor.

Mais perto, mais perto. Elas estão mais perto, quando a Lua está mais brilhante, quando a Lua lança a sua magia.

As asas chegaram. Chegaram ao ninho da chaminé que outrora foi fornalha da cobiça, da cobiça pelo amor que não nos pertence.
As asas chegaram. Chegaram ao ninho da chaminé que agora é a fornalha do amar, do amar pelas asas de amor, que esperam, que esperam pela noite dos bicos cantados das cegonhas, dos aconchegos, dos abraços de calor, do toque que alimenta o vazio da alma, do sussurro de suspiro, do grito de paixão, do desejo de amar.

Está quase, está quase. Elas estão quase a chegar. Elas, as nuvens que escondem a Lua de feitiço, amor da noite das asas de amor.




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