quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Quatro Toques



Ouço música. Estou sentado, encostado à janela da carruagem do comboio. Reescrevo um conto. O telefone toca. Um, dois, três, quatro toques e atendo com coragem. Olá. Está tudo bem? Está. Tudo bem. Olha, amanhã não queres vir almoçar connosco? Nós, nós os cinco. Como os velhos tempos. Amanhã? Está bem. Nós, os cinco. Como os velhos tempos. Pode ser? Amanhã? Bebemos uma garrafa de Reguengos. Como os velhos tempos. Está bem, amanhã. Nós estamos aqui, contigo. Eu sei. Nós estamos aqui, contigo. Eu sei, eu sei. Beijinhos. Até amanhã. Desligo o telefone.

Olho pela janela e choro, sem lágrimas, a ver o meu reflexo a perder-se no tempo.


Comments:
Não chores D. Quixote, nem todos os moinhos são gigantes, alguns são girassóis disfarçados...
 
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