terça-feira, dezembro 06, 2005

Cadeira de Pau

Meia lua. Procurei, procurei e não encontrei a fatia roubada da Lua.

 

Estava pesado. Como se todo o peso do mundo estivesse aos meus pés descalços de agasalho ruim.

Costas marrecas e cabeça tombada. Era como eu estava, sentado na cadeira de duas tábuas entrelaçadas, de livro maduro na mão a olhar para os brilhos do céu.

Cada folha amassada que passava, olhava para o céu, à procura do rasto velho da Lua, da meia lua. E por mais que folheasse com os pés na pedra, não conseguia encontrar. A fatia roubada da Lua.

Última folha, de branco suspiro no verso. Fecho os olhos. Para me despedir, para não acordar até a encontrar.

A fatia roubada da Lua. Que dorme nos meus olhos.

 


Comments:
Eu encontrei uma fatia pendurada na minha janela. Seria a mesma?
 
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