segunda-feira, outubro 24, 2005
Vento Imortal
Ainda nem sabias quem eras, quem olhavas e quem sorrias. Nasceste no império que irá ser desconhecido.
Desbravaste o cheiro da terra vermelha, correste à frente da chuva que o céu chorava, namoraste as cores que as tuas mãos tocavam.
Quando sorrias de inocência, eras apunhalado pela morte que não te conhece. Ela não te leva, só apoquenta. Só graceja ao teu braço de ferro corajoso, à tua eloquência de chama vocal.
Combates de força moral travada, sem ardor com grito de dor.
Resistes ao esquecimento da memória que te fugiu. Que lembrarei, ao pisar a terra cor de fogo e sossegar o vento.
O teu vento. Imortal.