sexta-feira, outubro 14, 2005

Ser Queiros(z)iana

 

Esta conversa começou depois de abrir a porta do elevador.

 

“Olá !!! Como está? Há muito tempo, hein... ?!”

 

Azia.

 

“É verdade, é verdade. Está tudo bem?”

“Claro! Então o que é que anda a ler?”

 

Bem que tentei esconder. Nada feito. Tinha de ser breve.

 

“Ah... Estou a ler o ‘Diário de um Killer Sentimental’.”

“Ai! Que título nada sugestivo! Eu estou a ler um clássico.”

“Ai sim? Português?”

“Um filho da escola do Eça. É o queirosiano que eu mais gosto. O Miguel Sousa Tavares. Gosto tanto dele que nem imagina.”

 

Suspiro.

 

“Não imagino, não. Nem quero imaginar. Bem... fico por aqui. Até logo!”

“Até logo!”

 

Começo a pensar se sou filho de alguma escola. Lembrei-me logo das reguadas da professora Nicha.

 

 

 


Comments:
Também li há pouco tempo o diário de um killer sentimemntal; gosto do Sepúlveda, é versátil. A minha irmã esteve há pouco tempo com ele numa conferência que mais parecia uma conversa de amigos e ficou extasiada...
 
Irrita esta necessidade de nos fazer filhos de alguém ou de coisa alguma.
Uma vez foi-me dito: "pode ter um curso superior mas eu sei mais que você porque andei na universidade da vida". Não respondi.
 
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