quinta-feira, outubro 13, 2005

Gestos

O meu corpo treme. Não há vento, mas as bandeiras acompanham o leito do rio, como aplausos da chegada ao mar.

As sombras estão ainda a dormir. E as chuvas devem ter regressado esta noite, para o céu estrelado, para esconder a lua com olhar de censura.

Só resta uma nuvem tresmalhada, que se arrasta à deriva, sem saber onde vive o seu poisar de descanso.

A minha mão já não treme. Está tranquila nos gestos da escrita.

 

Talvez hoje não seja perseguida. Talvez hoje seja abraçada.


Comments:
Escrever assim é um dom!Temos sorte em ser espectadores de tão belos textos.Obrigada
 
É verdade.
Acho que conheço essas bandeiras à beira do Tejo. Fazem barulho para não nos esquecermos do vento.
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
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