quarta-feira, agosto 17, 2005

Instantes

Gosto de andar em Lisboa em Agosto. Poucos carros e peões, ficando as cores palatinas e vivas dos prédios só para os meus olhos.

Hoje decidi andar com destino ao Jardim do Príncipe Real. Aquele jardim transpira frescura e sombras doces que envolvem os meus sentidos.

Optei por escolher massa. Com espinafres e requeijão. Um manjar divino.

Como sempre, distraio-me com pormenores. Um pirralho louro, de olhos azuis, tropeçava na pedra da calçada à volta do gradeamento, enquanto a mãe repetia com ligeireza – “Doucemént! Doucemént!” – e ele, lá ia, endiabrado, com a fralda quase a fazer fumo.

Ainda não foi desta que terminei o livro “Amigos até ao fim”, de John Le Carré.  Estou cansado, mas já estou perto do fim.

Quando me despedi do tronco que não consigo abraçar, vi que não tinha relógio. E logo eu, que não consigo andar sem o controlo do tempo.

Secalhar, perdi o relógio nas bibliotecas.


Comments:
Como uma história simples pode ter tanta vida! Acho mesmo que as coisas cimples são as mais bonitas.
 
Também gosto desse tronco
"da maneira mais simples".
 
Ai como eu escrevi simples....ando mesmo com as atenções divididas...
 
Sabem tão bem as cidades estivalmente desabitadas ;)
 
E a biblioteca dos livros esquecidos? Na minha opinião (pouco instruída) A Sombra do Vento foi o melhor livro do ano passado. É tão poético...
 
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