quarta-feira, junho 29, 2005
Acordar a ausência
Acordar mais uma vez. É doloroso.
A luz, filha da grande estrela mundana e atroz, invade o meu nascer, um nascer que desperta de ausência. Da tua ausência.
Volto a olhar de novo, para o dia que se aproxima. Vislumbro, com resignação preocupada, a caminhada que irei revelar.
Uma caminhada de vida, que na metódica razão existente, não faz sentido, não cabe nos princípios da lógica de ser ditador.
Uma caminhada de pureza sentida em abraços amantes a tocar no eterno da lembrança infinita.
Tenho medo. Tenho medo de esquecer a intensidade do teu olhar.
Procuro a tua tempestade. Sinto o sorriso a entranhar-me no peito, quando vejo o sangue do meu sangue a puxar-me para a rua.
Para ele, são ruas virgens de conhecimento e sensações. Para mim, são horizontes assombrados pelo silêncio da tua voz.
Não é possível esquecer um sorriso que nos marcou, mesmo que os contornos se tornem ténues, que o silencio seja mais forte que a própria lembrança, existe sempre o bater do coração, a emoção descontrolada que escondemos dentro da algibeira.
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