sexta-feira, julho 29, 2005

Contos de Maio


Encontrei uma narrativa de Ana Teresa Pereira. "O mundo sem fim das tuas noites".

Les Retrouvailles


O acordeão é um instrumento que me fascina. Cheguei a ter um, cheio de brilhantes, com 18o botões do lado direito e 120 do lado esquerdo. Tinha casca preta e um fole vermelhão. Pensava que era fácil de aprender, mas como qualquer instrumento musical, era preciso trabalhá-lo, moldá-lo ao nosso corpo. Coisa que eu nunca fui capaz de fazer.
O dito acordeão está fechado numa mala, à minha espera.

quinta-feira, julho 28, 2005

Ilusões

Uma sala com cerca de 20 a 22 metros quadrados. Quase quadrada e sem recantos, bem delineada geometricamente com 4 ângulos rectos. As paredes estão nuas, mas pintadas de uma cor fresca, caracterizada por tons leves e lisos.

No meio da dita sala, jaz um sofá, sendo o centro geodésico do espaço. Pode-se mesmo dizer que é o trono central da personagem que está sentada com a perna traçada.

Horácio Muntz ouve serenamente, com as pálpebras semi-cerradas (pormenor importante: os dois polegares tocam levemente nos dedos indicadores) uma sinfonia bem regada de sons diversos, desde instrumentos de sopro, de corda e de percurssão. Uma sinfonia harmoniosa, possuindo toda a simetria de sons, perfeitamente conjugada. A acústica é matematicamente exacta, deixando Horácio num estado meio sonolento, mas bastante atento à mais aguda nota do trompete e à mais grave nota do contrabaixo.

Subitamente, a sinfonia é interrompida por um som completamente artificial e fora do contexto acústico. Horácio acorda e vira o olhar para o majestoso prato de vinyl REGA P5. Ao primeiro relance de vista, não detecta nenhuma anomalia.

Novamente o mesmo som. A dura realidade está de volta. Era o som meio quebradiço da campainha da porta de casa.

É estranho, pois Horácio não se lembra de estar à espera de alguém. Calmamente, vai andando até à porta, com alguma interrogação. Abre a porta e não vê ninguém. Olha pelo vão das escadas e nada. Resignado, volta-se para fechar a porta e subitamente ouve um som familiar. Acordes de contrabaixo.

- Estranho, eu desliguei o motor do prato.

O som aproxima-se cada vez mais e mais, até se tornar quase inaudível. Horácio fecha os olhos e tapa os ouvidos. Um som insuportável. Fecha a porta a correr e senta-se no sofá. Dentro da sala não há som algum. Desconfiado, olha para o P5. Algo não batia certo. Um disco de 180 gramas vermelho escarlate rodava em 33 rotações.

Horácio estava assustado. Nunca tinha visto um disco vermelho. Muito nervoso, decide desligar o P5, mas a ordem não é obedecida, sentindo uma força magnética a puxá-lo violentamente. Não tinha forças. Não olhava por medo. E deixou-se ir. Que delírio está para vir!

Uma das colunas REGA JURA absorve-o, espalhando o Horácio pelo infinito dos cabos QED XTUBE. Horácio abre os olhos e encontra-se no abismo. No abismo de sons que adora. E relaxa, descontrai. Deixa-se levar.

Do amplificador AUDIOLAB até ao P5 foi um salto vertiginoso. Começa a sentir a sua pequenez de tamanho e observa uma luz ao fundo. Uma luz muito intensa. Tão intensa, que lhe adormece os sentidos. E chegou.

A poderosa agulha DYNAVECTOR realizou a operação de destilação e passagem ao estado sólido do Horácio. E ele está em 33 rotações, com os instrumentos à sua volta. Um disco formidável de Ray Brown fá-lo vibrar, correr e saltar por cima da armadura metálica do braço REGA 700.

Todos os sentidos estão apurados. É a fina flor do Jazz na sua sublime elegância.

O som expande-se. Tem de sair da sala, indo para a rua contagiar montes e vales. Montes divinos que se elevam nas alturas. Até chegar ao cume mais alto.

 


Invasão




A luz invade toda a superfície
esconde caminhos percorridos...
passagens secretas.

No entanto, num movimento infinito
cria mutações de cores...

Um quadro vivo....

onde o infindável existe.

quarta-feira, julho 27, 2005

À espreita

Quando cheguei, um cavalo de ferro apanhou-me. A sorrir do outro lado do quiosque.


terça-feira, julho 26, 2005

Ontem vi o Donnie Darko?

No clube de vídeo da minha vizinhança, está lá o “Donnie Darko” sempre a olhar para mim. Sempre disponível. Mas nunca o aluguei.

Por ser preconceituoso. Só porque estava no elenco de actores o Patrick Swayze, (como a minha mãe diz: “-Aquele do Norte e Sul, não é?” ), recusava-me a visionar o filme.

Mas já chega de tempo de antena para o Patrick.

Ontem adormeci com um ponto de interrogação que ainda está a latejar na minha fresca memória, a tentar encadear toda a sequência de acontecimentos e premonições temporais. Mal acabou o filme, começou a discussão e as suposições previsíveis do argumento. Até que invisivelmente, comecei a questionar-me. A mim mesmo.

Ao meu destino. E à minha perspectiva de ver as coisas. Acho que ainda não digeri.  

 

Banda sonora escolhida a dedo. A cena triunfal de entrada do filme, com  Echo and the Bunnymen, passando por Joy Division, até cantar bem alto Duran Duran.

Gostei da teoria matemática da linha da vida. Medo e amor unidos por uma linha. Uma teoria da relatividade de emoções.

 

Pormenor à primeira vista: no início, quando Donnie chega de bicicleta à casa, a mãe está sentada no jardim a ler um livro de Stephen King. Não sei porquê, mas captei essa imagem.


Alquimia

A mesma substância e a mesma dose têm efeitos diferentes em pessoas diferentes.


segunda-feira, julho 25, 2005

Hoje vou ver o Donnie Darko

 


Beijar o Tempo

Escrevo. Leve como uma pluma.

A pluma é irmã do vento.

O vento sopra o balanço desmaiado em torno de nós.

E nunca consegue tombar a nossa alma figurante que ama a vida beijando o tempo.

 

 


sexta-feira, julho 22, 2005

A vida numa colher [beterraba]


"Um pé apertado, outro solto, o mundo não lhe servia.
Ia fazer um para si, à sua medida."

Miguel Rocha

quinta-feira, julho 21, 2005

O sorriso


Creio que foi o sorriso,
O sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz lá dentro,
Apetecia entrar nele, tirar a roupa,
Ficar nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.


in “O Outro Nome da Terra”, Eugénio de Andrade

terça-feira, julho 19, 2005

Tempos da Carris


Six Feet Under, Last Episode

Nathaniel: You can do anything, you lucky bastard. You're alive!

David: It's not that simple.

Nathaniel: What if it is?


quarta-feira, julho 13, 2005

Um poema para ti

Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra

e seu arbusto de sangue. Com ela

encantarei a noite.

Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.

Seus ombros beijarei, a pedra pequena

do sorriso de um momento.

Mulher quase incriada, mas com a gravidade

de dois seios, com o peso lúbrico e triste

da boca. Seus ombros beijarei.

 

Cantar? Longamente cantar,

Uma mulher com quem beber e morrer.

Quando fora se abrir o instinto da noite e uma ave

o atravessar trespassada por um grito marítimo

e o pão for invadido pelas ondas,

seu corpo arderá mansamente sob os meus olhos palpitantes

ele - imagem inacessível e casta de um certo pensamento

de alegria e de impudor.

 

Seu corpo arderá para mim

sobre um lençol mordido por flores com água.

Ah! em cada mulher existe uma morte silenciosa;

e enquanto o dorso imagina, sob nossos dedos,

os bordões da melodia,

a morte sobe pelos dedos, navega o sangue,

desfaz-se em embriaguez dentro do coração faminto.

- Ó cabra no vento e na urze, mulher nua sob

as mãos, mulher de ventre escarlate onde o sal põe o espírito,

mulher de pés no branco, transportadora

da morte e da alegria.

 

Dai-me uma mulher tão nova como a resina

e o cheiro da terra.

Com uma flecha em meu flanco, cantarei.

 

E enquanto manar de minha carne uma videira de sangue,

cantarei seu sorriso ardendo,

suas mamas de pura substância,

a curva quente dos cabelos.

Beberei sua boca, para depois cantar a morte

e a alegria da morte.

 

Dai-me um torso dobrado pela música, um ligeiro

pescoço de planta,

onde uma chama comece a florir o espírito.

À tona da sua face se moverão as águas,

dentro da sua face estará a pedra da noite.

- Então cantarei a exaltante alegria da morte.

 

Nem sempre me incendeiam o acordar das ervas e a estrela

despenhada de sua órbita viva.

 

- Porém, tu sempre me incendeias.

Esqueço o arbusto impregnado de silêncio diurno, a noite

imagem pungente

com seu deus esmagado e ascendido.

- Porém, não te esquecem meus corações de sal e de brandura.

 

Entontece meu hálito com a sombra,

tua boca penetra a minha voz como a espada

se perde no arco.

E quando gela a mãe em sua distância amarga, a lua

estiola, a paisagem regressa ao ventre, o tempo

se desfibra - invento para ti a música, a loucura

e o mar.

 

Toco o peso da tua vida: a carne que fulge, o sorriso,

a inspiração.

E eu sei que cercaste os pensamentos com mesa e harpa.

Vou para ti com a beleza oculta,

o corpo iluminado pelas luzes longas.

Digo: eu sou a beleza, seu rosto e seu durar. Teus olhos

transfiguram-se, tuas mãos descobrem

a sombra da minha face. Agarro tua cabeça

áspera e luminosa, e digo: ouves, meu amor?, eu sou

aquilo que se espera para as coisas, para o tempo -

eu sou a beleza.

Inteira, tua vida o deseja. Para mim se erguem

teus olhos de longe. Tu própria me duras em minha velada beleza.

 

Então sento-me à tua mesa. Porque é de ti

que me vem o fogo.

Não há gesto ou verdade onde não dormissem

tua noite e loucura,

não há vindima ou água

em que não estivesses pousando o silêncio criador.

Digo: olha, é o mar e a ilha dos mitos

originais.

Tu dás-me a tua mesa, descerras na vastidão da terra

a carne transcendente. E em ti

principiam o mar e o mundo.

 

Minha memória perde em sua espuma

o sinal e a vinha.

Plantas, bichos, águas cresceram como religião

sobre a vida - e eu nisso demorei

meu frágil instante. Porém

teu silêncio de fogo e leite repõe

a força maternal, e tudo circula entre teu sopro

e teu amor. As coisas nascem de ti

como as luas nascem dos campos fecundos,

os instantes começam da tua oferenda

como as guitarras tiram seu início da música nocturna.

 

Mais inocente que as árvores, mais vasta

que a pedra e a morte,

a carne cresce em seu espírito cego e abstracto,

tinge a aurora pobre,

insiste de violência a imobilidade aquática.

E os astros quebram-se em luz sobre

as casas, a cidade arrebata-se,

os bichos erguem seus olhos dementes,

arde a madeira - para que tudo cante

pelo teu poder fechado.

Com minha face cheia de teu espanto e beleza,

eu sei quanto és o íntimo pudor

e a água inicial de outros sentidos.

 

Começa o tempo onde a mulher começa,

é sua carne que do minuto obscuro e morto

se devolve à luz.

Na morte referve o vinho, e a promessa tinge as pálpebras

com uma imagem.

Espero o tempo com a face espantada junto ao teu peito

de sal e de silêncio, concebo para minha serenidade

uma ideia de pedra e de brancura.

És tu que me aceitas em teu sorriso, que ouves,

que te alimentas de desejos puros.

E une-se ao vento o espírito, rarefaz-se a auréola,

a sombra canta baixo.

 

Começa o tempo onde a boca se desfaz na lua,

onde a beleza que transportas como um peso árduo

se quebra em glória junto ao meu flanco

martirizado e vivo.

- Para consagração da noite erguerei um violino,

beijarei tuas mãos fecundas, e à madrugada

darei minha voz confundida com a tua.

 

Oh teoria de instintos, dom de inocência,

taça para beber junto à perturbada intimidade

em que me acolhes.

 

Começa o tempo na insuportável ternura

com que te adivinho, o tempo onde

a vária dor envolve o barro e a estrela, onde

o encanto liga a ave ao trevo. E em sua medida

ingénua e cara, o que pressente o coração

engasta seu contorno de lume ao longe.

Bom será o tempo, bom será o espírito,

boa será nossa carne presa e morosa.

- Começa o tempo onde se une a vida

à nossa vida breve.

 

Estás profundamente na pedra e a pedra em mim, ó urna

salina, imagem fechada em sua força e pungência.

E o que se perde de ti, como espírito de música estiolado

em torno das violas, a morte que não beijo,

a erva incendiada que se derrama na íntima noite

- o que se perde de ti, minha voz o renova

num estilo de prata viva.

 

Quando o fruto empolga um instante a eternidade

inteira, eu estou no fruto como sol

e desfeita pedra, e tu és o silêncio, a cerrada

matriz de sumo e vivo gosto.

- E as aves morrem para nós, os luminosos cálices

das nuvens florescem, a resina tinge

a estrela, o aroma distancia o barro vermelho da manhã.

E estás em mim como a flor na ideia

e o livro no espaço triste.

 

Se te apreendessem minhas mãos, forma do vento

na cevada pura, de ti viriam cheias

minhas mãos sem nada. Se uma vida dormisses

em minha espuma,

que frescura indecisa ficaria no meu sorriso?

- No entanto és tu que te moverás na matéria

da minha boca, e serás uma árvore

dormindo e acordando onde existe o meu sangue.

 

Beijar teus olhos será morrer pela esperança.

Ver no aro de fogo de uma entrega

tua carne de vinho roçada pelo espírito de Deus

será criar-te para luz dos meus pulsos e instante

do meu perpétuo instante.

- Eu devo rasgar minha face para que a tua face

se encha de um minuto sobrenatural,

devo murmurar cada coisa do mundo

até que sejas o incêndio da minha voz.

 

As águas que um dia nasceram onde marcaste o peso

jovem da carne aspiram longamente

a nossa vida. As sombras que rodeiam

o êxtase, os bichos que levam ao fim do instinto

seu bárbaro fulgor, o rosto divino

impresso no lodo, a casa morta, a montanha

inspirada, o mar, os centauros do crepúsculo

- aspiram longamente a nossa vida.

 

Por isso é que estamos morrendo na boca

um do outro. Por isso é que

nos desfazemos no arco do verão, no pensamento

da brisa, no sorriso, no peixe,

no cubo, no linho, no mosto aberto

- no amor mais terrível do que a vida.

 

Beijo o degrau e o espaço. O meu desejo traz

o perfume da tua noite.

Murmuro os teus cabelos e o teu ventre, ó mais nua

e branca das mulheres. Correm em mim o lacre

e a cânfora, descubro tuas mãos, ergue-se tua boca

ao círculo de meu ardente pensamento.

Onde está o mar? Aves bêbedas e puras que voam

sobre o teu sorriso imenso.

Em cada espasmo eu morrerei contigo.

 

E peço ao vento: traz do espaço a luz inocente

das urzes, um silêncio, uma palavra;

traz da montanha um pássaro de resina, uma lua

vermelha.

Oh amados cavalos com flor de giesta nos olhos novos,

casa de madeira do planalto,

rios imaginados,

espadas, danças, superstições, cânticos, coisas

maravilhosas da noite. Ó meu amor,

em cada espasmo eu morrerei contigo.

 

De meu recente coração a vida inteira sobe,

o povo renasce,

o tempo ganha a alma. Meu desejo devora

a flor do vinho, envolve tuas ancas com uma espuma

de crepúsculos e crateras.

 

Ó pensada corola de linho, mulher que a fome

encanta pela noite equilibrada, imponderável -

em cada espasmo eu morrerei contigo.

 

E à alegria diurna descerro as mãos. Perde-se

entre a nuvem e o arbusto o cheiro acre e puro

da tua entrega. Bichos inclinam-se

para dentro do sono, levantam-se rosas respirando

contra o ar. Tua voz canta

o horto e a água - e eu caminho pelas ruas frias com

o lento desejo do teu corpo.

Beijarei em ti a vida enorme, e em cada espasmo

eu morrerei contigo.

 

in “O Amor em Visita”, Herberto Helder, 1958

 


terça-feira, julho 12, 2005

O meu fim de dia


Vou ter de recordar onde tenho Leonard Cohen.


sexta-feira, julho 08, 2005

Pocket Revolution by dEUS


Dias 4, 5 e 6 de Dezembro de 2005. Ainda com local por definir.
O novo disco sai para as ruas no dia 12 de Setembro.
Ainda não acredito.

dEUS is back!


Quero ouvir "Roses" outra vez!

Impressão Digital

Os meus olhos são uns olhos,
E é com esses olhos uns
Que eu vejo no mundo escolhos
Onde outros, com outros olhos,
Não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores
Uns outros descobrem cores
Do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
Onde passa tanta gente,
Uns vêem pedras pisadas,
Mas outros, gnomos e fadas
Num halo resplandecente!!

Inútil seguir vizinhos,
Querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos ? São moinhos!
Vê gigantes ? São gigantes!

António Gedeão, in "Movimento Perpétuo", 1956

 


quinta-feira, julho 07, 2005

Making of Saraband

Como sempre, olhei adormecido para a manhã do Largo do Rato. Estava uma manhã estranhamente calma. Parei no quiosque para comprar tabaco e folhear algumas folhas de jornal.
Vi que o Público tinha um filme único, de exemplares limitados. Para meu espanto, constatei que tinha a última obra prima de Ingmar Bergman, o filme Saraband.

terça-feira, julho 05, 2005

Chet Baker (2)


www.jazzphotography.us


Chet Baker

My funny valentine
Sweet comic valentine
You make me smile with my heart
Your looks are laughable, unphotographable
Yet you're my favorite work of art

Is your figure less than greek
Is your mouth a little bit weak
When you open it to speak, are you smart

Don't, baby don't
Don't change you hair for me
Not if you care for me
Stay little valentine stay
Each day is valentine's
Each day is valentine's day

Stay little valentine stay, stay, stay
Each day is valentine's
Each day is valentine's day
Valentine's day

 

by Richard Rodgers and Lorenz Hart

 


Certeza

Se é real a luz branca
desta lâmpada, real
a mão que escreve, são reais
os olhos que olham o escrito?

Duma palavra à outra
o que digo desvanece-se.
Sei que estou vivo
entre dois parênteses.


Octavio Paz (in «Antologia Poética», trad. de Luís Pignatelli, Dom Quixote)


sexta-feira, julho 01, 2005

Mahala Rai Banda


Arrebita o apito, Zé Povinho. Som cigano de Bucareste.


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